Riscos ocupacionais: descubra quais são e como preveni-los na clínica

Richard Riviere
23 de agosto de 2023
Seta apontando para baixo.
riscos ocupacionais na clínica

Os riscos ocupacionais são todas as potenciais ameaças que existem no ambiente de trabalho, e colocam em risco a vida ou a saúde dos colaboradores.

No ambiente agitado de uma clínica, a saúde e o bem-estar dos profissionais devem ser prioridades máximas. Nesse sentido, uma maneira crucial de garantir isso é lidar de forma eficaz com os riscos ocupacionais. 

Esses riscos, muitas vezes invisíveis, podem se manifestar de diversas formas e afetar a qualidade de vida dos colaboradores. 

Isso porque, embora os riscos mais evidentes se manifestem em indústrias, hospitais ou minas, eles existem até mesmo nos escritórios, que não estão livres dos chamados riscos ergonômicos. 

Neste artigo, exploraremos a importância de reconhecer e gerenciar esses riscos, bem como estratégias práticas para mantê-los sob controle.

Vamos lá? 

O que são riscos ocupacionais?

Riscos ocupacionais são todas as situações ou condições presentes no ambiente de trabalho com o potencial de causar danos à saúde, segurança e bem-estar dos colaboradores. 

Segundo o SESI, os riscos ocupacionais, que são aqueles representados pelos agentes físicos, químicos, biológicos, de acidente e fatores ergonômicos.

Dentro da clínica, esses riscos podem ser variados e podem surgir de diferentes fontes, incluindo, até mesmo, doenças como a síndrome de burnout, cuja origem costuma ser um ambiente de trabalho com muita pressão.

Por isso, é crucial entender quais são eles para implementar medidas preventivas eficazes e garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os profissionais envolvidos.

O que diz a legislação sobre os riscos ocupacionais?

As disposições gerais, termos e definições a respeito do gerenciamento dos riscos ocupacionais estão relatados na Norma Regulamentadora 01 (NR 01)

Segundo ela, cabe ao empregador:

  • Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;
  • Informar aos trabalhadores os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho, as medidas de prevenção adotadas pela empresa para eliminar ou reduzir tais riscos, os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; e os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho;
  • Além disso, é necessário elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos trabalhadores. 

Para alcançar esse objetivo, deve-se levantar todos os perigos preliminares, identificá-los e classificá-los segundo o nível de risco. 

A legislação também diz que a avaliação desses riscos é um processo contínuo, que deve ser revista a cada dois anos, bem como em consequência de mudanças na legislação, acidentes, ou doenças relacionadas ao trabalho. 

Quais são os tipos de riscos ocupacionais?

A importância dos riscos ocupacionais transcende a mera formalidade, sendo uma responsabilidade que carrega consigo o zelo pela vida e bem-estar dos seus colaboradores. 

Esses riscos, originados de diversos elementos e condições presentes no ambiente de trabalho, merecem atenção minuciosa e ação proativa por parte da gestão.

Conforme definido pelo Ministério da Economia e expresso através da Norma Regulamentadora 9 (NR-9), NR-12 e Portaria nº 25/1994, esses riscos se desdobram em cinco categorias primárias. 

Veja a seguir cada uma delas e quais são as implicações específicas para a saúde dos colaboradores:

Riscos Físicos

Aqui, estamos falando de fatores como ruídos, vibrações, radiações, temperaturas extremas e pressões anormais. 

Todos esses elementos podem desencadear consequências prejudiciais à saúde dos colaboradores e devem ser avaliados e controlados de maneira criteriosa.

Riscos Químicos 

Nesta categoria, entram gases, vapores, poeiras, fumos e líquidos que podem estar presentes no ambiente de trabalho. 

A exposição a essas substâncias requer uma gestão cuidadosa para minimizar os riscos de intoxicação, alergias ou outros efeitos adversos.

Riscos Biológicos 

Com a natureza da sua clínica, a atenção aos riscos biológicos é fundamental. Estes riscos emergem da exposição a agentes patogênicos como vírus, bactérias e fungos

A prevenção eficaz aqui envolve protocolos rigorosos de higiene e medidas que reduzam as chances de contaminação.

Riscos Ergonômicos 

Problemas posturais, esforços repetitivos e jornadas de trabalho prolongadas podem parecer desafios triviais, mas esses riscos podem levar a consequências duradouras para a saúde dos colaboradores. 

A ergonomia adequada é um investimento que evita dores e problemas físicos a longo prazo.

Riscos Mecânicos

Maquinários desprotegidos, instalações elétricas precárias, riscos de queda e incêndio, além de outros perigos, estão inseridos nessa categoria. 

A manutenção e a proteção adequada desses elementos são essenciais para evitar acidentes e incidentes graves.

Compreender essas categorias é um passo fundamental na construção de um ambiente de trabalho seguro e saudável. 

Afinal, a implementação de medidas preventivas, como avaliações regulares de risco, treinamentos e conscientização, é um investimento que não apenas cumpre obrigações regulatórias, mas também protege a integridade dos seus colaboradores.

Classificação dos riscos ocupacionais por cores

Ainda segundo a Portaria nº 25/1994, a classificação dos riscos ocupacionais por cores é utilizada para a elaboração do Mapa de Riscos Ocupacionais, que é uma ferramenta de prevenção cujo objetivo é garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. 

Desse modo, essa separação por cores é importante para facilitar a identificação e a prevenção dos riscos no ambiente de trabalho.

Estresse ocupacional nas clínicas: a síndrome de burnout

No intricado cenário da saúde, uma sombra que merece a nossa atenção é a síndrome de burnout, um tipo de estresse ocupacional que emerge como um risco latente para profissionais, incluindo médicos e técnicos de enfermagem

Esta síndrome, cuja relevância é atestada por inúmeras fontes, manifesta-se através do esgotamento mental e físico, além de sentimentos de negativismo relacionados ao trabalho, que culminam na redução da eficácia profissional.

O leque de fatores que podem desencadear a síndrome de burnout é vasto. Inclui desde a sobrecarga de trabalho até a ausência de reconhecimento e suporte emocional adequado. 

Esses fatores, muitas vezes insidiosos, podem corroer o bem-estar dos profissionais gradualmente.

Como prevenir os riscos ocupacionais na clínica?

Ao encararmos os riscos ocupacionais de frente, podemos dar passos decisivos para garantir um ambiente de trabalho seguro e promissor para todos os que contribuem para o sucesso da sua clínica. 

A abordagem preventiva, que é um escudo robusto contra essas ameaças, é onde reside a verdadeira vantagem. Veja a seguir algumas dicas de como adotá-la em sua clínica:

Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Não é exagero dizer que os EPIs são os aliados mais próximos dos profissionais de saúde. Eles proporcionam uma linha de defesa crucial contra riscos potenciais. 

Reforçar a importância de usar esses equipamentos é essencial. Garanta que eles sejam de alta qualidade e que a equipe esteja totalmente ciente de quando e como utilizá-los.

Conscientização e Educação

Quando os colaboradores compreendem os riscos envolvidos em suas atividades diárias, a conscientização se transforma em um escudo invisível. 

Compartilhar informações detalhadas sobre os riscos ocupacionais presentes na clínica, bem como educar a equipe sobre medidas preventivas específicas, tem um impacto tangível na mitigação desses riscos.

Assim, é possível criar um ambiente onde a saúde e a segurança dos profissionais são prioridades inegociáveis. Isso se traduz em garantir condições de trabalho adequadas e, crucialmente, oferecer suporte emocional sempre que necessário.

Manutenção e Cuidado 

Considere a manutenção e o cuidado de equipamentos e instalações como uma prioridade constante. 

Essa atitude proativa não apenas reduz riscos acidentais, mas também reflete um compromisso tangível com a segurança da equipe e a operação eficiente da clínica.

Comunicação Aberta

Cultivar um ambiente de comunicação aberta é como abrir portas para a detecção precoce de riscos. 

Quando os colaboradores se sentem à vontade para compartilhar preocupações, é provável que ameaças potenciais sejam identificadas e tratadas antes que evoluam para problemas mais sérios.

Construir um ambiente de trabalho onde a comunicação flui livremente e as relações entre os profissionais são saudáveis também tem um impacto direto na prevenção do burnout nas clínicas. 

Por meio dessa colaboração e apoio mútuo, pode-se construir barreiras eficazes contra o isolamento e prevenir essa síndrome, bem como outros problemas. 

Treinamento Regular

Capacitar sua equipe com treinamentos regulares sobre prevenção de riscos e procedimentos de emergência é como armar cada indivíduo com um plano de ação. 

Em situações críticas, o treinamento adequado permite que eles ajam com calma e eficácia, minimizando os impactos adversos.

Compreensão dos Impactos

A compreensão dos impactos negativos das doenças ocupacionais não é apenas um conhecimento teórico, mas sim a chave para uma cultura de prevenção. 

Quando tanto os colaboradores quanto os gestores entendem as ramificações dessas doenças, a motivação para investir em medidas preventivas cresce organicamente.

Ao abraçar essas estratégias práticas, você estará construindo um escudo confiável que não apenas mitiga os riscos ocupacionais, mas também reforça a confiança da equipe e a excelência operacional da clínica. 

Este compromisso com a segurança transcende os regulamentos, tornando-se um testemunho vivo do seu comprometimento com a saúde e o sucesso duradouro.

Como funciona o gerenciamento dos riscos ocupacionais

O gerenciamento de riscos ocupacionais, ou apenas GRO, é um investimento a longo prazo, uma estratégia que leva em consideração aspectos internos, externos, bem como as oportunidades e perigos que moldam o ambiente de trabalho. 

Segundo um conteúdo da Fundacentro, este processo abrange um ciclo vital que inclui a identificação, avaliação e controle dos riscos inerentes.

  • Impedimento: adotar medidas preventivas, tais como promover a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), otimizar as condições de trabalho e investir na capacitação dos profissionais, é crucial para conter o surgimento dos riscos ocupacionais;
  • Identificação dos Perigos: inicia-se com uma análise profunda dos riscos presentes na clínica. Esta avaliação minuciosa permite não apenas a identificação dos perigos, mas também uma compreensão das potenciais consequências para a equipe;
  • Classificação: após a identificação, entra a etapa de classificação. Esses riscos são avaliados com base em sua gravidade e probabilidade de ocorrência, o que auxilia na priorização dos esforços de mitigação;
  • Avaliação: a partir dessa classificação, é possível mensurar a probabilidade de ocorrência e o impacto que cada risco pode ter sobre a saúde dos profissionais. Isso direciona os esforços de gerenciamento para onde são mais necessários;
  • Controle: a avaliação dá espaço à ação. Medidas preventivas são desenvolvidas e implementadas, visando controlar os riscos. Aqui, novamente, entra o papel dos EPIs, a melhoria das condições de trabalho e a capacitação contínua da equipe;
  • Monitoramento: uma vez em prática, o monitoramento contínuo é vital. Verificar periodicamente a eficácia das medidas preventivas adotadas e estar alerta a possíveis novos riscos é uma parte intrínseca desse processo.

O gerenciamento de riscos ocupacionais transcende a esfera de responsabilidade pessoal, pois é fundamental para garantir a segurança e saúde dos profissionais. 

Além disso, tem um papel vital na proteção da clínica contra possíveis prejuízos, tais como multas e processos trabalhistas.

A importância de proporcionar mais segurança para sua clínica

Embora a gestão de riscos ocupacionais seja extremamente importante para o seu empreendimento, também é preciso pensar em mais medidas de segurança. 

Com a LGPD na saúde e o sigilo médico, a proteção aos dados de seus pacientes é fundamental, e colabora para que você preste um serviço com tranquilidade. 

Neste ponto, a tecnologia é a sua grande aliada para centralizar suas informações e gerir esses dados da melhor maneira. 

Com um sistema médico na nuvem, você obtém recursos que otimizam a gestão da sua clínica, automatizam tarefas repetitivas e ajudam a atrair e fidelizar seus pacientes. 

O Versatilis System, por exemplo, é um sistema completo, que contém funcionalidades que vão desde a marcação de consultas até o marketing médico. Saiba mais sobre o Versatilis em nosso site

A aderência às normas e regulamentações oficiais não é apenas uma formalidade; é uma demonstração tangível de compromisso com a segurança e a saúde dos seus colaboradores

Ao abraçar essa abordagem, você está não só cumprindo obrigações, mas também criando um ambiente que valoriza a integridade da equipe e o sucesso sustentável da clínica.

Desse modo, é possível criar um ambiente de trabalho seguro, saudável e produtivo para todos.

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Richard Riviere

Especialista em Saúde Digital, CEO e Co-Fundador da Versatilis System, o sistema de gestão DEFINITIVO das clínicas do Brasil.

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