Obesidade cresce no Brasil e aumenta casos de doenças do coração, preocupando especialistas. Saiba mais!
Um levantamento nacional revelou um dado preocupante: 59% da população adulta brasileira vive com sobrepeso ou obesidade, mas apenas 16% receberam diagnóstico médico formal.
Nesse sentido, a discrepância entre a realidade e a percepção do problema expõe um cenário alarmante para a saúde do coração.
Os dados são da pesquisa “Meu Peso, Minha Jornada”, conduzida pelo Instituto Datafolha a pedido da farmacêutica Novo Nordisk. A divulgação aconteceu no fim de setembro de 2025.
Aumento da circunferência abdominal interfere nos riscos
Um dos focos do estudo foi a medida da circunferência abdominal, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um marcador relevante do risco cardiometabólico.
E os números chamam atenção: 62% das mulheres apresentaram circunferência abdominal acima de 88 cm, enquanto 33% dos homens ultrapassaram os 102 cm.
Ambos os índices estão associados ao risco elevado de doenças cardiovasculares.
Segundo especialistas, esse acúmulo de gordura abdominal está ligado à liberação de substâncias inflamatórias que aumentam as chances de hipertensão, colesterol alto, resistência à insulina e, consequentemente, infarto e AVC.
Falta de diagnóstico preocupa especialistas
Porém, apesar do crescimento da obesidade no país, poucos brasileiros reconhecem o risco que enfrentam. Entre os entrevistados que já convivem com hipertensão arterial ou colesterol alto, apenas 25% se percebem em situação de perigo para o coração.
Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a falta de diagnóstico precoce dificulta a prevenção. Por isso, identificar sintomas como dor no peito, falta de ar, fadiga e tontura é essencial para buscar tratamento rápido e evitar complicações graves.
Várias doenças cardiovasculares relacionam-se ao excesso de peso
A obesidade está diretamente ligada a diversas condições que comprometem o sistema cardiovascular, como:
- Infarto do miocárdio: dor no peito persistente, formigamento no braço e queimação estão entre os principais sinais.
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): pode causar dificuldade para falar, fraqueza em um lado do corpo e tontura repentina.
- Cardiomiopatia: inflamação e enfraquecimento do músculo cardíaco, que em casos graves pode levar à necessidade de transplante.
Essas doenças estão entre as principais causas de morte no Brasil, e especialistas reforçam que mudanças no estilo de vida são fundamentais para reduzir os riscos.
Mas segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2025, cerca de um terço da população brasileira já convive com a condição.
Desse modo, para a vice-presidente da Área Médica da Novo Nordisk no Brasil, Priscilla Mattar, o manejo da obesidade é essencial para reduzir mortes por doenças cardíacas, hipertensão e diabetes.
Conscientização e prevenção são os caminhos
Ainda que o cenário seja preocupante, médicos reforçam que medidas simples, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e acompanhamento médico podem transformar a realidade da saúde cardiovascular no país.
Segundo o cardiologista José Rocha Faria Neto, da Sociedade Brasileira de Cardiologia:
“É preciso quebrar o estigma e falar abertamente sobre peso e obesidade. Só assim será possível ampliar o diagnóstico precoce e reduzir o impacto das doenças do coração na população”.
Saiba mais em: Metrópoles.