Risco biológico: o que é e como se precaver na clínica?

Richard Riviere
8 de novembro de 2024
Seta apontando para baixo.
profissional lidando com o risco biológico

Prevenir o risco biológico envolve práticas que você precisa aplicar de modo rigoroso na clínica para garantir a segurança e o cumprimento da legislação. 

No cenário clínico, existe o contato direto com diferentes materiais potencialmente contaminados, como fluidos corporais, secreções e outros. 

Assim, manter um ambiente seguro e livre de riscos é fundamental para garantir a proteção de seus colaboradores e dos pacientes. 

Por isso, é preciso entender e adotar as práticas de biossegurança eficazes não somente como uma obrigação legal, mas para zelar pelo bem-estar de todos no ambiente clínico. 

Neste artigo, você irá conferir o que são, quais são e como se prevenir desse tipo de questão no seu estabelecimento de saúde. 

Acompanhe! 

O que é risco biológico?

O risco biológico se refere à potencial exposição aos agentes biológicos que podem causar doenças nos seres humanos. Nesse sentido, no contato da saúde, esses agentes incluem:

  • Bactérias;
  • Vírus;
  • Fungos;
  • Parasitas. 

Quando esses agentes estão presentes em materiais biológicos ou superfícies contaminadas, eles representam um risco real não só para os colaboradores da sua clínica, mas para os pacientes. 

Na clínica, esse risco acontece devido ao contato frequente com materiais potencialmente infectados, como saliva, sangue e outras secreções. 

Dessa forma, procedimentos como a coleta de sangue, exames, cirurgias e atendimentos de emergência aumentam a probabilidade de exposição a esses agentes. Desse modo, todos esses processos exigem medidas rigorosas de controle e proteção. 

Conhecer a respeito dos riscos biológicos é importante para que você compreenda as boas práticas e proteja a si próprio e a sua equipe. Assim, é possível minimizar os riscos e garantir um ambiente mais seguro para todos. 

Quais são os riscos biológicos?

Os riscos biológicos são variados e cada um possui suas próprias características e potencial de transmissão. Confira a seguir os principais tipos dentro de uma clínica ou consultório médico. 

  • Bactérias: várias bactérias podem se transmitir via contato direto ou contato com a superfície. Algumas delas são mais resistentes, conseguindo até mesmo sobreviver por longos períodos nos locais, como a Staphylococcus aureus e a Escherichia coli. Algumas ainda podem até mesmo ser transmitidas pelo ar, o que aumenta o risco de contaminação em locais fechados. 
  • Vírus: os vírus das hepatites B, C, HIV e SARS-CoV-2 são os que mais representam riscos aos profissionais de saúde atualmente. Sua transmissão acontece pelo contato com o sangue e outros fluidos corporais, o que exige bastante atenção durante o manuseio de materiais potencialmente contaminados. 
  • Fungos: alguns fungos como Candida auris e o Aspergillus causam infecções oportunistas, especialmente em pacientes imunossuprimidos. A transmissão ocorre em ambientes úmidos e via inalação, o que acontece em locais com má ventilação. Por isso, os fungos representam um risco real às clínicas que atendem pacientes de alto risco. 
  • Parasitas: embora seja menos frequente, até mesmo os parasitas podem representar um risco biológico, ainda mais em procedimentos que envolvem contato direto com os pacientes. A transmissão de agentes como Toxoplasma gondii ou Entamoeba histolytica pode acontecer por meio de materiais contaminados e durante os procedimentos. 

Como classificar risco biológico?

Entender a classificação de cada risco biológico é uma etapa indispensável para entender o potencial dano e estabelecer medidas eficazes de controle e prevenção. 

Dessa maneira, os agentes são geralmente divididos em 4 classes de risco, e essas classes se baseiam em grau de contágio, gravidade da doença causada, possibilidade de tratamento e risco para a comunidade. 

Veja a seguir quais são eles! 

  • Classe de Risco 1: esta classe de risco é a dos agentes que representam um risco bem baixo para a saúde humana, pois não costumam causar doenças em adultos saudáveis. Assim, na prática, o risco de exposição aos agentes é mínimo. 
  • Classe de Risco 2: em seguida, a Classe de Risco 2 engloba agentes que apresentam um risco moderado para a comunidade. Nele, estão os que podem causar doenças, mas geralmente tratáveis e as quais não apresentam uma grande ameaça. Por isso, esses patógenos não precisam de altos níveis de contenção.
  • Classe de Risco 3: os agentes da Classe 4 causam doenças graves e potencialmente fatais, apresentando um alto risco para os agentes de saúde. Em alguns casos, eles possuem maior capacidade de transmissão e requerem contenção especial, como sala com pressão negativa para procedimentos. 
  • Classe de Risco 4: envolve os agentes mais perigosos, ou seja, os que causam doenças graves, fatais, com alto risco de contaminação e sem opções eficazes de tratamento. O contato com esse tipo de agente no ambiente clínico costuma ser raro, mas se houver suspeita, é preciso um protocolo de contenção máxima em ambientes especializados. 

O que diz a legislação sobre risco biológico?

A principal referência na legislação para os riscos biológicos é a Norma Regulamentadora nº 32 (NR-32) do Ministério do Trabalho. É ela que especifica as medidas de segurança e responsabilidade de cada estabelecimento. 

Veja seus principais pontos: 

  • Avaliação dos riscos: a NR-32 determina que todas as instituições façam uma avaliação de riscos. É de responsabilidade do empregador identificá-los e propor medidas para mitigá-los. 
  • Medidas de controle: a norma também estabelece o uso de EPIs, protocolos rigorosos de higiene e práticas de descarte seguro dos resíduos. 
  • Treinamento dos profissionais: todos os profissionais que têm contato com os agentes precisam receber treinamento especializado sobre o uso de EPIs e protocolos de emergência em caso de exposição.
  • Programa de imunização: o empregador precisa oferecer campanhas de imunização para vacinas essenciais e outras de acordo com a ocupação do trabalhador. 
  • Manutenção e descarte dos materiais: é preciso garantir o correto manuseio e descarte dos materiais contaminados, além de ter uma rotina de desinfecção e esterilização de equipamentos e superfícies. 

5 passos para prevenir os riscos biológicos na sua clínica

A prevenção dos riscos biológicos na clínica é importante tanto para proteger os profissionais como os pacientes. Confira 5 boas práticas para implementar e garantir um ambiente mais seguro. 

Passo 1: Utilize EPIs

Em primeiro lugar, o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) precisa ser indispensável. Luvas, máscaras, protetores faciais, tudo isso forma barreiras contra os agentes biológicos. 

Porém, é fundamental conferir se todos os colaboradores estão bem treinados para esse uso, e que os EPIs estejam sempre disponíveis e adequados para cada procedimento. 

Passo 2: Estabeleça protocolos de higiene rigorosos

Em seguida, é preciso estabelecer um rigoroso protocolo de higiene. A limpeza constante das mãos, antes e depois dos procedimentos, é uma das formas de prevenção mais comuns. 

Mantenha uma rotina de desinfecção de materiais e superfícies, tanto das salas de procedimento como das áreas comuns. Siga sempre as normas da Anvisa

Passo 3: Descarte os materiais de modo seguro

Materiais como lâminas, seringas e resíduos precisam de um recipiente específico e seguro para descarte. 

Garanta que tudo ocorra dentro das normas da NR-32 e da Anvisa, assim você reduz a exposição e acidentes que podem causar a contaminação. 

Passo 4: Promova treinamento contínuo da equipe

Profissionais bem treinados e conscientes também são uma das melhores formas de prevenção. Por isso, invista em treinamentos sobre práticas de biossegurança, descarte de resíduos, uso de EPIs e procedimentos de emergência. 

Ao manter todos atualizados a respeito dos riscos e proteção, é possível aumentar a consciência e a prática das medidas de segurança. 

Passo 5: Acompanhe a imunização dos profissionais

Garanta que todos os membros da equipe estejam com as vacinas em dia. A imunização é parte de uma proteção adicional contra infecções que os colaboradores podem adquirir no ambiente clínico. 

Ao seguir todos esses passos, você com certeza irá proteger a sua clínica dos riscos biológicos e manter um ambiente mais seguro para todos! 

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Richard Riviere

Especialista em Saúde Digital, CEO e Co-Fundador da Versatilis System, o sistema de gestão DEFINITIVO das clínicas do Brasil.

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