A OMS acaba de recomendar a injeção contra HIV chamada lenacapavir. Segundo estudos, a droga é 100% eficaz na prevenção da doença.
Na segunda-feira, dia 14 de julho de 2025, a OMS publicou uma recomendação para usar o lenacapavir duas vezes no ano como forma de prevenção ao HIV.
O medicamento é uma solução adicional de profilaxia pré-exposição ao HIV, sendo uma alternativa eficaz e de longa duração às pílulas orais.
Segundo dados do estudo publicado na revista New England Journal of Medicine (NEJM), em 2024, a injeção apresentou eficácia de 100% na prevenção do HIV em mulheres.
Em outro estudo, apenas 2 voluntários, dentre as 3.265 pessoas de diferentes gêneros que fizeram o uso do remédio, contraíram a doença.
Qual é a eficácia do lenacapavir?
Segundo dados mostrados na 25ª conferência internacional sobre a AIDS em Munique, na Alemanha, o antirretroviral lenacapavir tem uma eficácia geral de 100% na prevenção do HIV-1, responsável por quase todas as infecções no mundo.
Nesse sentido, o medicamento foi aplicado apenas duas vezes no ano e se provou tão eficaz que seu estudo clínico foi suspenso. Afinal, os resultados superaram os critérios de interrupção.
Para o Unaids, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, o lenacapavir é mais uma esperança de acabar com a Aids como ameaça à saúde pública até 2030.
No entanto, ainda é preciso garantir o acesso global equitativo ao medicamento, uma vez que, atualmente, ele custa cerca de US$ 40 mil por pessoa por ano.
No Brasil, o lenacapavir ainda não possui registro na Anvisa, mas sua submissão no país está em fase de planejamento interno.
A injeção é uma alternativa aos atuais medicamentos de prevenção oral (PrEP diária e sob demanda). Por meio deles, é possível preparar o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV.
Contudo, mulheres cis não podem usar o PrEP sob demanda, já que ele é menos eficaz nas mucosas vaginais do que nas anais. O estrogênio diminui ainda mais sua eficácia. Por outro lado, no estudo feito com o lenacapavir, nenhuma das 2.134 mulheres contraiu HIV.
Assim, mesmo com as barreiras relacionadas ao custo e ao acesso, o medicamento torna-se mais uma esperança para combater a doença e traz novas perspectivas a milhares de pacientes.
Saiba mais em: G1 Saúde.