Epilepsia infantil: IA encontra lesões que passam despercebidas

Richard Riviere
11 de outubro de 2025
Seta apontando para baixo.
ia para detectar epilepsia infantil

IA australiana identifica lesões cerebrais invisíveis em epilepsia infantil, acelerando o diagnóstico e ampliando chances de cura cirúrgica.

Uma ferramenta de inteligência artificial desenvolvida por pesquisadores australianos promete revolucionar o diagnóstico da epilepsia infantil. 

O sistema é capaz de identificar pequenas malformações cerebrais, muitas vezes invisíveis aos exames convencionais de imagem, e pode acelerar o acesso de pacientes a cirurgias que transformam vidas.

De acordo com especialistas, cerca de 30% dos casos de epilepsia estão relacionados a anormalidades estruturais no cérebro. 

No entanto, essas lesões, especialmente as menores, tendem a passar despercebidas em exames de ressonância magnética, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento precoce.

Como foi feita a pesquisa para desenvolver a IA que detecta epilepsia infantil?

A pesquisa, liderada pela neurologista pediátrica Emma Macdonald-Laurs, do Royal Children’s Hospital de Melbourne, utilizou imagens cerebrais de crianças para treinar a IA a reconhecer lesões do tamanho de um mirtilo, ou até menores. 

Segundo a médica, muitos desses pacientes não eram considerados candidatos à cirurgia porque os exames não revelavam as anormalidades.

“A ferramenta não substitui o trabalho de radiologistas ou neurologistas, mas atua como uma espécie de detetive digital que ajuda a montar o quebra-cabeça mais rapidamente”, explicou Macdonald-Laurs.

Os resultados, publicados na revista científica Epilepsia, mostraram uma taxa de acerto de 94% em um grupo de testes e 91% em outro

Entre as 17 crianças avaliadas, 12 foram submetidas à cirurgia para remoção das lesões cerebrais, e 11 delas ficaram livres das crises epilépticas após o procedimento.

Próximos passos

O próximo passo dos pesquisadores será aplicar o detector em ambientes hospitalares reais, com novos pacientes ainda sem diagnóstico definido.

A epilepsia afeta cerca de 1 em cada 200 crianças, e aproximadamente um terço dos casos é resistente a medicamentos. Assim, para esses pacientes, a cirurgia pode representar uma cura definitiva.

Especialistas internacionais elogiaram o estudo. Konrad Wagstyl, pesquisador em computação biomédica no King’s College London, destacou que os resultados são “impressionantes” e marcam uma nova fase no uso da IA para diagnósticos neurológicos.

Apesar do avanço, Wagstyl ressalta que o método combina imagens de ressonância magnética (MRI) com tomografia por emissão de pósitrons (PET), um exame mais caro e menos acessível, que envolve exposição a pequenas doses de radiação.

Ainda assim, a pesquisa reforça o papel crescente da inteligência artificial como aliada da medicina de precisão. Desse modo, ela consegue ajudar médicos a tomar decisões mais rápidas e eficazes em casos complexos de epilepsia infantil.

Saiba mais em: Science Alert.

Richard Riviere

Especialista em Saúde Digital, CEO e Co-Fundador da Versatilis System, o sistema de gestão DEFINITIVO das clínicas do Brasil.

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