Brasil ainda lidera mortes por Chagas, aponta estudo

Richard Riviere
19 de novembro de 2025
Seta apontando para baixo.
mortes por doença de chagas no Brasil

Brasil ainda lidera mortes por Chagas. Segundo estudo, o país concentra 68% das mortes por Chagas no mundo, apesar da queda global de casos.

Um novo levantamento internacional reacendeu o alerta sobre a doença de Chagas e destacou o peso do Brasil no cenário mundial. 

O estudo GBD 2023 (Global Burden of Disease), mostra que, embora o número de casos e óbitos tenha diminuído nas últimas três décadas, o país ainda responde por mais de dois terços das mortes registradas em todo o planeta. 

Só em 2023, foram contabilizadas 5.700 vidas perdidas, o maior volume absoluto entre todas as nações analisadas.

Por que o Brasil ainda concentra tantas mortes?

Os dados do estudo mostram que a carga da doença permanece alta por um motivo central: o grande contingente de pessoas infectadas há décadas. 

A Chagas é uma enfermidade crônica, causada por um protozoário transmitido principalmente pelo barbeiro, e suas complicações costumam aparecer somente muitos anos depois da infecção. 

Nesse sentido, especialistas explicam que parte dos pacientes que adoeceram nas décadas de 1970 e 1980 apenas agora está desenvolvendo formas cardíacas graves, que podem levar à morte.

Ao mesmo tempo, o país reúne quase metade dos infectados do mundo — cerca de 4,1 milhões de pessoas. Mesmo com a redução progressiva de casos e melhorias socioeconômicas, esse “estoque histórico” continua pressionando o sistema de saúde.

Uma doença que mudou de perfil

Com o aumento da expectativa de vida e o acesso a medicamentos para insuficiência cardíaca pelo SUS, muitos pacientes passaram a viver mais. 

Assim, a Chagas se tornou uma doença predominantemente associada ao envelhecimento, com maior prevalência entre 50 e 65 anos. 

Embora isso represente um avanço, também traz desafios, já que as complicações cardíacas e digestivas exigem acompanhamento contínuo e estrutura especializada.

Gargalos que dificultam o combate à doença

Apesar dos progressos no controle do barbeiro e na melhoria habitacional, ainda faltam etapas fundamentais para reduzir a mortalidade. 

Afinal, a triagem em populações vulneráveis é insuficiente, o acesso ao ecocardiograma é limitado em várias regiões e a oferta de dispositivos cardíacos, como marca-passos, continua desigual no país. 

Detectar o paciente cedo é crucial, já que o tratamento antiparasitário tem melhores resultados nas fases iniciais.

A expansão da Chagas para além da América Latina

O estudo também aponta um crescimento expressivo de casos em países não endêmicos, impulsionado pela migração. 

Estados Unidos, Espanha e Itália registram aumentos acima de 50% desde 1990, e muitos desses locais ainda não possuem protocolos adequados de rastreamento e diagnóstico.

A persistência da doença, reforçam os pesquisadores, segue refletindo desigualdades profundas no Brasil e no mundo.

Saiba mais em: Jornal de Brasília.

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Richard Riviere

Especialista em Saúde Digital, CEO e Co-Fundador da Versatilis System, o sistema de gestão DEFINITIVO das clínicas do Brasil.

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