Cientistas alemães descobrem anticorpo que neutraliza 98% das variantes do HIV e pode transformar o tratamento e a prevenção da Aids.
Um grupo de pesquisadores do Hospital Universitário de Colônia, na Alemanha, anunciou um avanço que pode transformar o combate ao HIV.
O estudo identificou um anticorpo capaz de neutralizar quase todas as variantes conhecidas do vírus, um passo promissor rumo a tratamentos mais simples e eficazes.
O anticorpo, chamado 04_A06, foi descoberto em amostras de sangue de pessoas que vivem com HIV e apresentam uma resposta imunológica rara.
Em testes laboratoriais, ele conseguiu bloquear 98% das 340 variantes analisadas, incluindo cepas resistentes a outros medicamentos.
Como o anticorpo age?
O HIV costuma invadir as células de defesa do corpo, comprometendo o sistema imunológico. O novo anticorpo atua impedindo essa entrada.
Segundo o virologista Florian Klein, que lidera a pesquisa, o 04_A06 se liga à proteína usada pelo vírus para penetrar nas células, bloqueando a infecção logo no início.
Além de impedir a replicação do vírus, o anticorpo ajuda o sistema imunológico a reconhecer e eliminar o invasor com mais eficiência.
Assim, os cientistas acreditam que ele pode funcionar como uma imunização passiva, oferecendo proteção por meses e reduzindo a necessidade de comprimidos diários usados atualmente na profilaxia.
Perspectivas e cautela
Especialistas de outros centros de pesquisa consideram o resultado animador, mas ressaltam que os dados ainda são preliminares.
A virologista Alexandra Trkola, da Universidade de Zurique, explica que o desempenho do 04_A06 é comparável ao de combinações de anticorpos já estudadas. Porém, ainda faltam testes em humanos para confirmar sua eficácia e segurança.
Se os próximos ensaios clínicos mantiverem os resultados observados em laboratório, o novo anticorpo poderá representar um avanço importante na prevenção e no tratamento do HIV.
Desse modo, ele oferece uma alternativa de longa duração e mais conveniente para pacientes e populações em risco.
A descoberta reacende a esperança de um futuro em que o controle da Aids seja mais acessível e duradouro. Ela também reforça o papel da ciência na busca por soluções que melhorem a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
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