Uma recente pesquisa revelou que a falta de escuta nas consultas médicas ainda é um desafio no sistema de saúde brasileiro.
Segundo o estudo, mais de 90% dos pacientes afirmam ter deixado o consultório sem sentir que o profissional compreendeu plenamente suas queixas, o que pode comprometer o vínculo e a adesão ao tratamento.
A Voa Health, em parceria com o Opinion Box, conduziu a pesquisa em agosto de 2025 e ouviu 500 pessoas de diferentes regiões do país.
Nesse sentido, o levantamento buscou entender a percepção dos pacientes sobre a qualidade das consultas e revelou dados preocupantes: 22% afirmaram que raramente são escutados com atenção.
Enquanto isso, 87% desejam explicações mais claras e em linguagem acessível sobre diagnóstico e tratamento.
Segundo o médico e cofundador da Voa Health, Fillipe Loures, a escuta ativa é um dos pilares da boa prática médica:
“Quando o paciente não se sente ouvido, a relação de confiança é abalada. Isso pode afetar diretamente a adesão ao plano terapêutico e o sucesso do tratamento.”
Comunicação e empatia: o que os pacientes mais valorizam
O estudo também destacou os principais fatores que definem uma consulta de qualidade.
Assim, entre os entrevistados, 49,4% apontaram a clareza das explicações como o ponto mais importante, seguidos de precisão do diagnóstico (45,4%), empatia e cuidado (39,8%) e escuta atenta (25,6%).
Sistemas médicos e prontuários eletrônicos: tecnologia que aproxima o médico do paciente
Durante muito tempo, viu-se a tecnologia como um elemento que criava distância nas consultas, já que muitos profissionais dividiam a atenção entre o paciente e a tela do computador.
No entanto, o avanço dos sistemas médicos e do prontuário eletrônico tem transformado essa percepção.
Essas ferramentas automatizam etapas burocráticas, como o registro de informações e o preenchimento de documentos, e liberam mais tempo para a conversa e a escuta ativa.
Assim, o médico pode focar no atendimento humano, sem interrupções ou distrações com anotações manuais.
Segundo a pesquisa, quase 90% dos pacientes avaliam de forma positiva o uso de tecnologias que ampliam o tempo de diálogo com o médico. Por outro lado, menos de 3% se mostram contrários ao uso de sistemas digitais no atendimento clínico.
A importância da escuta ativa na era digital
Em suma, não se deve ver a digitalização da saúde como substituta da relação humana, mas como um suporte que devolve ao médico o tempo de olhar e ouvir com atenção.
Com o uso de sistemas médicos integrados, prontuários eletrônicos e recursos automatizados, é possível garantir agilidade administrativa sem perder o foco no cuidado.
Mais do que inovação, trata-se de um avanço cultural no atendimento médico, em que a tecnologia atua como aliada da empatia e da comunicação. Esses são fatores essenciais para fortalecer a confiança e melhorar os resultados em saúde.





