Um novo dispositivo transforma pensamento em voz em texto. Em um sistema de fala interior, os participantes pensam e a fala aparece na tela.
Neurocientistas desenvolveram um novo dispositivo para transformar pensamento em voz e fala. Com implantes cerebrais, é possível transformar sinais neurais em palavras inteiras.
Nesse sentido, as chamadas interfaces cérebro-computador (ICCs) já existentes exigem que os usuários tentem falar fisicamente, o que pode ser um processo cansativo.
Contudo, um novo dispositivo em próteses permite que os usuários se comuniquem apenas pensando no que querem dizer.
Seu funcionamento utiliza sensores implantados no córtex motor, parte do cérebro responsável pelo envio de comandos de movimento ao trato vocal. Em seguida, é possível inserir a ativação cerebral que o modelo de aprendizado de máquina detectou.
Como funciona o novo dispositivo?
Após a detecção pelos sensores cerebrais, o modelo de aprendizado de máquina irá interpretar os sinais correspondentes a quais sons para cada usuário. Depois, os dados ajudam a prever quais palavras os usuários querem dizer.
Mas o dispositivo vai além. Isso porque o córtex motor também é responsável pela fala imaginada, e é neste ponto que a nova tecnologia é diferente das demais.
A pesquisa envolveu 3 participantes com esclerose lateral amiotrófica (ELA) e um com um derrame cerebral. Com o sistema, os pacientes precisaram apenas pensar em uma frase para ela aparecer numa tela em tempo real.
Além disso, enquanto os outros decodificadores de fala eram limitados a apenas algumas palavras, o novo dispositivo permitiu a extração de informações de um dicionário de 125.000 palavras.
A nova tecnologia fez com que os participantes conseguissem se comunicar a uma taxa de conversação de cerca de 120 a 150 palavras por minuto apenas pensando no que queriam dizer.
E em relação à privacidade de outros pensamentos, implementou-se uma frase código que os participantes podem dizer internamente para fazer com que o dispositivo pare de escrever.
Assim, embora levantem questões sobre a privacidade, os pesquisadores afirmam a integridade dos grupos de pesquisa e reiteram que próteses neurais podem resolver o problema de milhões de pessoas.
Saiba mais em: O Globo.





